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Como proceder com o comportamento inadequado do meu filho?

Atualizado: 15 de set. de 2020


Ao longo do desenvolvimento, as crianças vão aprendendo a discriminar o seu ambiente e identificar as consequências de seus comportamentos, que são modelados de acordo com o contexto e os seus reforçadores.

As consequências influenciam na manutenção ou extinção de um comportamento. Portanto, a forma como os pais respondem ao comportamento inadequado dos filhos, apresenta muita influência se este irá se repetir ou não no futuro. O ambiente também possui o seu papel no comportamento, pois costumamos variar a nossa forma de agir dependendo do contexto.

Diante de comportamentos inadequados de seus filhos, os pais muitas vezes não sabem como devem proceder. A punição como forma de controlar birras e problemas comportamentais em crianças, tem sido questionada sobre os seus efeitos negativos. Diante disso, tanto o comportamento da criança precisa mudar quanto os pais precisam ampliar seu repertório comportamental.

Existem alguns manejos comportamentais que os pais podem aprender para intervir em situações de difícil controle no cotidiano das crianças:

· Sobre a punição:

Existem dois tipos de consequências punitivas: 1. Inserção de situações aversivas (Exemplo: bater, apanhar); 2. Retirada de reforçadores (Exemplo: proibir de assistir TV, jogar videogame). As duas consequências podem gerar mudanças e diminuir a frequência dos comportamentos inadequados.

Entretanto, a punição usualmente provoca efeitos colaterais negativos. O principal efeito seria o comportamento de contracontrole, ou seja, a emissão de comportamento adequado somente na presença do punidor.

A melhor alternativa é o reforço, o que significa reforçar os comportamentos adequados e colocar em extinção os inadequados. A extinção significa não reforçar e não punir. É retirar a atenção e evitar que o comportamento inadequado da criança atinja seu objetivo principal.

· Sobre o reforço:

Quando as recompensas são dadas de forma aleatória, independente do modo como a criança se comporta, os adultos reforçam os comportamentos (aumentam a probabilidade de ocorrência) sem considerar se a criança agiu de forma adequada ou não. As recompensas podem ser presentes e objetos comprados, assim como coisas que são reforçadoras para a criança, como um elogio, um carinho, a atenção dos pais, um passeio, uma brincadeira em família, entre outros.

Não significa que os pais não possam presentear seus filhos, mas uma boa estratégia é oferecer recompensas como consequência para o comportamento adequado. Ou seja, quando a criança se comporta adequadamente ela ganha uma recompensa. Se ela não se comporta adequadamente ela não ganha a recompensa. É importante que a criança compreenda o motivo da recompensa, isto é, quando me comporto adequadamente (dentro de cada contexto) eu recebo reforços positivos.

· Sobre as regras:

A definição das regras é importante para que os pais descrevam quais os comportamentos adequados e inadequados. Quando flexibilizamos estas regras, podemos ensinar para a criança que a consequência de seu comportamento poderá mudar, caso ela insista. Dessa forma, o seu filho pode aprender, também, a variar cada vez mais seu comportamento de forma negativa. Por exemplo, se a criança quer um brinquedo em uma loja e a mãe diz que não pode comprar, ela chora, a mãe se mantém firme na decisão, mas além de chorar a criança se joga no chão, depois quebra objetos, e aí, a mãe decide comprar o brinquedo e dar para a criança. Nesse exemplo, a mãe não reforçou apenas o comportamento do filho de pedir para a mãe comprar um brinquedo, mas também seu comportamento de chorar, se jogar no chão e quebrar objetos.

Portanto, os pais podem contribuir na modelagem de novos comportamentos de seus filhos ensinando-os a como e quando se comportar. Ser o próprio modelo para o seu filho e dar consequências adequadas para os comportamentos destes, podendo reforçar ou extinguir as respostas emitidas de acordo com o ambiente.


Marília Frota Pinho

Atende para Psicóloga e Neuropsicóloga na SabiaMente

Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Especialista em Neuropsicologia pela Residência Multiprofissional com ênfase em Neurologia e Neurocirurgia. Mestranda em Neurologia e Neurociências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Pós-graduanda em Neuropsicologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein.

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