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Quando o medo deixa de ser natural?

Atualizado: 14 de set. de 2020


O medo é uma reação instintiva do ser humano quando se encontra em situações de perigo, porém, transtorno fóbico compartilha muitas vezes dos mesmos sintomas. Quando então podemos identificar diferenças entre eles?

Medo na infância

O medo é um mecanismo de proteção natural de todo ser humano. Ele pode ser associado a um sentimento de insegurança, preocupação ou receio relacionado a uma pessoa, uma situação ou um objeto, e também pode surgir como uma reação brusca a uma situação de perigo, em que instintivamente o corpo se prepara para tomar uma decisão de sobrevivência: lutar ou fugir. Quando esse medo aparece de forma desproporcional, intensa, irracional, persistente e exagerado, interferindo no cotidiano, é identificado como fobia.

As fobias são classificadas como transtorno de ansiedade. O individuo neste caso, sente angústia extrema e sentimentos de intensa ansiedade (medo), causados por objetos ou situações específicas que não oferecem perigo real, mas são sentidos como fatais e inquestionáveis, atrapalhando seu cotidiano normal.

As fobias são medos irracionais e incontroláveis de tal intensidade que podem levar o indivíduo a uma sensação insuportável e limitante de pavor. A fuga é um comportamento comum, já que o fóbico é determinado a se manter longe de seu medo específico.

Crianças têm medos frequentemente. Será que podemos chamá-los de fobia?

As crianças particularmente estão suscetíveis a aprenderem os medos de seus responsáveis/pais, e demonstram um comportamento de evitamento frente ao objeto ou situações temidas. Os pais muitas vezes costumam desvalorizar a situação ou valorizá-la demasiadamente, ambos reforçam o medo e contribuem para sua amplificação.

Alguns medos podem ser considerados naturais de acordo com o desenvolvimento da criança, tais como medos nos primeiros anos de vida, como o medo da separação, principalmente da figura materna, medo de estranhos, medo de barulhos fortes, medo de monstros, medo de animais (cachorro em específico), medo de dormir, medo de escuro, medo de perderem pessoas queridas, medo de médicos ou dentistas, principalmente por causa de injeções; há também medos associados à fase escolar como ser esquecido na escola, medo de fracassar, medo de chegar atrasado, rejeição social e etc, porém, medos comuns costumam desaparecer conforme o tempo, diferente da fobia que costuma persistir durante a juventude, por exemplo, ter medo de um cão na infância é considerado comum, porém, a persistência do medo até a adolescência é considerado fobia.

É natural as crianças aprenderem aos poucos distinguirem fantasia de realidade, e há algumas maneiras em que os pais/responsáveis podem ajudá-las quando estiverem com medo devido à imaginação fantasmática. Primeiramente é importante que os pais/responsáveis tenham paciência, acolham e escutem a criança, respirando juntamente com ela a fim de diminuir a ansiedade deixando-a mais calma. É importante dizer que é normal esse sentimento de medo e que ela está segura, que nenhum mal irá lhe acontecer. Não forçá-la a enfrentar e muito menos superproteger, frente a uma situação em que o medo foge da realidade, desconstrua esse medo fazendo com que ela reflita sobre a possibilidade real do evento acontecer, e se de fato for um medo frente a uma situação real, tentar achar uma solução juntamente com ela lhe passando segurança.

É necessário identificar a frequência em que se manifesta o medo, se a criança demonstra sofrimento e se há impacto em se cotidiano como alterações de sono ou em sua alimentação, nesses casos é necessário procurar ajuda profissional, pois muitas dessas desordens têm início na infância podendo se agravar futuramente se não tiver o tratamento apropriado.

Transtornos fóbicos só podem ser diagnosticados por um profissional qualificado, e o tratamento em alguns casos pode precisar de medicação, sempre prescritos por um médico, para reduzir a ansiedade. Psicoterapia sendo individual ou familiar e também técnicas de relaxamento. O tratamento é imprescindível para que o quadro não evolua gerando consequências mais graves futuramente tais como o isolamento social, depressão, dependência.

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