O corpo leva intenções informadas pela mente, reconhecidas pelo cérebro, que leva a interação com o mundo, através dos sentidos e manifesta-se utilizando o corpo como instrumento. A corporeidade evolui por etapas, de acordo com o crescimento cronológico. Por isso as vivências são de suma importância, pois através dela cada sujeito torna-se experiente, habilidoso, sendo determinante para estruturação neuropsicomotora.
O treinamento corporal é um facilitador para a qualidade da corporeidade. Corporeidade é levar e sentir, pensar e agir, levando a transformação do sujeito diante daquilo que vivencia e aprende. Corporeidade é a essência dos corpos, é utilizar os espaços e levar ao movimento. O que facilita sua motivação para realizações.
As ações psicomotoras serão trabalhadas através de dois conceitos: Harmonia de cada movimento e Relacional. A harmonia de cada movimento facilita a apreensão da funcionalidade como o esquema corporal, a lateralidade, a orientação e estruturação, o espaço temporal, o ritmo, a postura, a percepção, a coordenação, o tônus, o equilíbrio, a respiração e o relaxamento. O outro conceito relacional é o que leva a criança a utilizar, compreender, dialogar com seu próprio corpo e com o do outro. Os conceitos relacionais facilitam a relação entre esses corpos e facilitarão a aprendizagem e a apreensão da expressão, da comunicação, do limite, da agressividade, da afetividade e da corporeidade. A criança aprende a observar o outro depois que aprende a observar seu próprio corpo. Desta forma, conhecendo a si a criança terá maior habilidade para se diferenciar e para sentir as diferenças.
A psicomotricidade auxilia a criança na sua capacidade de locomoção de forma mais autônoma e está relacionada com a maturação neurológica, permitindo a criança movimentos mais complexos, o crescimento e o domínio corporal, que permitirão maior possibilidades, disponibilidade para realizar atividades motoras. Os movimentos aprendidos e apreendidos permitirão a criança construir instrumentos interiores, primeiro de modo inconsciente e depois consciente. Essa é a fase decisiva de toda a criança, pois isso a fará agir, apreender, descobrir, inventar, criar, perguntar, resistir, refazer, dominar, aprender, retrucar e socializar-se com o mundo que a cerca e o mundo externo. Isso é crescimento, aprendizagem e desenvolvimento de forma mais abrangente e eficiente.
A escola tem e pode ter um papel fundamental neste processo, principalmente quando a educação psicomotora for trabalhada nas séries iniciais. A escola deve compreender que a criança precisa passar por todas as etapas do desenvolvimento. Seria interessante que todos os educadores tivessem como alicerce para suas atividades a psicomotricidade.
Dicas de atividades psicomotoras para trabalhar as habilidades da criança.
- Atividades para esquema corporal: (Mimica, escultura, desenhar, pintar ou montar partes do corpo).
- Atividades de coordenação motora global: (andar, rolar, engatinhar, relaxar, correr, chutar bolas).
- Atividades de coordenação motora fina: (modelar, rasgar, amassar, recortar, colar, pintar).
- Atividades de orientação temporal e espacial: (atividades rítmicas, andar de olhos fechados, arremessar e quicar bolas, andar sobre linhas em várias direções, andar entre objetos).
- Tipos de jogos: de perseguição, funcionais (exercícios de repetição realizados com o próprio corpo, como mexer as mãos, balançar a cabeça ritmadamente, passar objetos de uma mão para a outra), jogos simbólicos (de imitações de objetos, de papéis adultos, de animais.
O corpo em movimento leva ao desenvolvimento das funções mentais e sociais, facilitando a liberdade de realizar experiências com o corpo e assim aprender a construir de forma significante a relação, a comunicação e a aprendizagem.
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